quarta-feira, junho 27, 2007

paisagem AINDA preservada

Mesmo com o avanço da agropecuária sobre o Pampa, a região é considerada uma das paisagens mais preservadas do Planeta. Isso se deve à ainda predominante produção extensiva de gado, que ocupa significativas parcelas de campo para a criação de numerosos rebanhos de bois e ovelhas.
O Pampa é um dos únicos locais onde se produz carne com pastagens naturais, resultando em um boi verde com carne de excelente qualidade. Essa característica tem provocado um novo debate, que envolve o parcelamento de campos para assentamentos da reforma agrária e o uso de índices de lotação , medidos em animal/hectare, como critérios de produtividade para as propriedades rurais. – O ideal seriam índices de produtividade e não de lotação. Da forma atual, alguns produtores acabam degradando ainda mais o Pampa, com cada vez mais cabeças de gado para atingir os índices-, alertou Marco Hoffman.
Um dos defensores da paisagem do Pampa, mantida na maioria por grandes propriedades, era o ex-secretário nacional de Meio Ambiente José Lutzenberger. O ecologista, que faleceu em maio de 2002, afirmava que, com o gado, se estabeleceu um equilíbrio entre bosque e pasto. O Pampa seria uma das raras regiões do Planeta em que a exploração humana se encontra em relativa harmonia com o ecossistema. A partir do Século 17, a paisagem começou a ser moldada com a chegada do gado da Europa. Alguns estudos mostram que, sem o gado, poderia existir mais floresta e menos pasto no Pampa. Lutzenberger defendia, inclusive, que o bioma merecia ser declarado como uma Reserva da Biosfera.
De acordo com estudos da UICN (União Internacional para Conservação da Natureza), as pastagens são a vegetação com menor área protegida em todo o globo, com apenas 0,7% da superfície abrigada em reservas. No Pampa, a situação não é diferente. A área protegida é hoje de 534 mil hectares, cerca de 0,3% dos 176 mil quilômetros quadrados do bioma. No entanto, a maioria das áreas protegidas é de uso sustentável e não de proteção integral. Além disso, 90% das reservas de proteção integral estão na zona costeira ou próximas à capital Porto Alegre, e foram criadas para abrigar zonas úmidas e florestas. Os campos gaúchos ainda estão praticamente desprotegidos.
Para começar a mudar esse quadro, o Núcleo de Mata Atlântica e Pampa do Ministério do Meio Ambiente deve organizar, ainda no segundo semestre, uma força-tarefa para estudar e criar novas reservas no Pampa gaúcho. O trabalho terá como base estudos do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio). No ano passado, o projeto definiu como prioritárias para preservação os Campos do Planalto, a Campanha Gaúcha, os Campos de Baixada de Bagé e a Planície Costeira no Rio Grande do Sul. De acordo com o Probio, essas regiões são de extrema importância ecológica. - Criar novas áreas de proteção seria interessante para o Pampa. Mas os estudos devem ser bem feitos para escolher áreas realmente representativas do bioma e sem litígio, evitando futuros problemas -, disse Hoffman, do Gesp. (Revista do Ibama, 09/12)


créditos ao site: http://www.defesabiogaucha.org/textos/texto01.htm

terça-feira, junho 26, 2007

O ameaçado pampa

Nos anos 60, em busca de uma alternativa para alimentar os rebanhos no rigoroso inverno do Rio Grande do Sul, quando a produção das pastagens naturais diminui, o governo estadual decidiu fazer testes com o capim Rhodes, trazendo sementes da África. Sem qualquer tipo de estudo, parte do material importado seguiu para uma estação experimental no município de Tupanciretã, no centro do estado. O restante foi para a região de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina. O que não se sabia era que, misturado com essas primeiras sementes, estava um problemático intruso: o capim annoni. A gramínea é hoje uma espécie invasora, uma praga que infesta parcela significativa do Pampa no Rio Grande do Sul e de várias outras regiões do País.
O capim acabou batizado desta forma graças a produtores rurais como Ernesto José Annoni. Entusiasmado com a fácil proliferação e resistência da espécie, Annoni plantou a gramínea estrangeira em suas terras em Sarandi. Também colheu, vendeu e difundiu sementes em exposições. No entanto, pesquisas posteriores mostraram o baixo valor do capim como alimento para o gado, que nem conseguia digeri-lo totalmente. Em 1978, a comercialização de sementes foi proibida. Apesar disso, a medida se mostrou tardia, pois cerca de 20 mil hectares j á haviam sido invadidos.
De acordo com estudos da Embrapa Clima Temperado, de Bagé, o annoni estaria ocupando hoje uma área superior a 500 mil hectares no Rio Grande do Sul. A ameaça é ainda maior porque o capim espalha um herbicida natural pelas raízes e impede o crescimento de outras espécies.
Apesar da gramínea africana ser um grave problema para o Pampa (região plana, na língua indígena), os vastos campos, matas ciliares e de encostas, banhados e capões (bosques isolados) que caracterizam o bioma têm enfrentado a chegada de outras espécies estranhas, como uva-do-Japão, acácia-negra, capim-braquiária, tojo, pinus, javali, lebre européia e outros. A invasão de ecossistemas por espécies exóticas é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade em todo o planeta, logo atrás da degradação ambiental causada pelo Homem.
Para a coordenadora do Programa de Espécies Exóticas Invasoras para a América do Sul da The Nature Conservancy e diretora-executiva do Instituto Hórus, Sílvia Ziller, o problema das espécies invasoras acaba se ampliando porque quem planta espécies exóticas não controla . - Não há lei, nem regulamentação e nem cobrança do poder público sobre esse tipo de atividade. Isso acaba trazendo problemas para o meio ambiente, à economia e também à sociedade-, disse a engenheira florestal.
Além da invasão por exóticas, outras ameaças ao Pampa são a expansão descontrolada da soja e do arroz, o desmatamento, a caça, o empobrecimento de solos pelo uso excessivo de maquinário e de agrotóxicos em solos muitas vezes frágeis. Segundo dados da Fundação Estadual de Economia e Estatística (FEE/RS), a produção de soja em todo o Rio Grande do Sul foi de 5,6 milhões de toneladas, em 2002, e de 9,5 milhões de toneladas, em 2003. No ano passado, principalmente pela seca, a safra da oleaginosa foi de 5,5 milhões de toneladas. A área plantada foi de 4 milhões de hectares. Ainda conforme a FEE, a produção gaúcha de arroz foi de 5,4 milhões de toneladas, em 2002, de 4,6 milhões de toneladas, em 2003, e de 6,3 milhões de toneladas, em 2004, cobrindo cerca de um milhão de hectares.
A escala de conversão do Pampa para agricultura preocupa os ambientalistas. O avanço da soja, convencional e transgênica, reduz o espaço dos campos naturais e pode degradar o solo pelo uso de herbicidas. O cultivo do arroz, por sua vez, ocorre muitas vezes com a drenagem de banhados (charcos), espaços protegidos pela legislação e fundamentais para a reprodução e a alimentação de várias espécies. De acordo com o vice-presidente do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas, de Passo Fundo, Marco Antônio Hoffman, o problema acontece principalmente na região de Uruguaiana, Santa Vitória do Palmar, Bagé e Santana do Livramento. – Os arrozeiros usam muita água, e isso pode prejudicar rios e banhados-, disse o agrônomo.
De acordo com o técnico em Criações da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) de Bagé, Fábio Schlick, a pressão econômica , do mercado, tem levado cada vez mais produtores a migrar para a cultura da soja. Segundo ele, que também é doutor em pastagens nativas, há quase uma corrida para transformar o Pampa em lavouras, o que implica invariavelmente no uso de mais agrotóxicos. Grandes, médios e pequenos produtores fariam parte desse movimento. - Se a pressão continuar, os campos podem acabar sobrevivendo apenas em áreas com características geográficas mais difíceis, como em regiões pedregosas ou com solos pobres-, alertou.
O cultivo de florestas exóticas, de pinus e eucaliptos, também tem despertado a atenção dos ecologistas, e não só pela possível alteração da paisagem tradicional do Pampa. Segundo Sílvia Ziller, do Instituto Horus, pode haver impactos no sistema hídrico, já que os pastos absorvem bem menos água que uma plantação de árvores. - Pode haver prejuízo para culturas irrigadas, inclusive a do arroz -, disse. Mas para Marco Hoffman, do Gesp, o balanço dos recursos hídricos do Pampa com o plantio de florestas exóticas ainda é incerto. - As árvores consomem mais água, mas também ajudam a reter o recurso natural em maior quantidade que os campos-, disse.
A Votorantim Celulose e Papel é uma das empresas que têm investido em plantios florestais na metade sul do Rio Grande do Sul. Por meio da Erva-Mate Reflorestamento, o Grupo Votorantim teria adquirido pelo menos 40 mil hectares de terras para plantio de eucalipto em 14 municípios do Pampa, como Bagé, Piratini, Pelotas, Capão do Leão e Arroio Grande. As florestas exóticas podem ser uma alternativa para a economia de muitos municípios, que vêem na atividade a possível implantação de um novo pólo madeireiro e moveleiro. Em conjunto com outras empresas, a Votorantim também tem investido em pesquisas sobre eucalipto transgênico. Segundo a empresa, a espécie alterada produziria uma madeira de melhor qualidade.
Na região sudoeste do Rio Grande do Sul, onde o Pampa avança para a Argentina e o Uruguai, a arenização dos solos tem afetado cerca de dez municípios, como Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Itaqui e principalmente São Francisco de Assis. Segundo Hoffman, o fenômeno teria fundo natural, mas tem se intensificado com expansão da soja mecanizada em solos rasos e frágeis, com a transformação de pastagens naturais em áreas de monocultura com uso intensivo de agrotóxicos. - O vento também acelera a degradação do solo, mas a arenização se deve basicamente a práticas agrícolas inadequadas-, disse.


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segunda-feira, junho 25, 2007

Rancho dos Gnomos


Segunda-feira, 25/06/07 visitamos a Associação Santuário Rancho dos Gnomos e vimos animais que foram maltratados pela maldade dos seres humanos.

Estes são alguns dos objetivos desse lugar:

1 - a defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, bem como a promoção da educação ambiental;2 - a recuperação do reino animal de várias espécies;3 - socorrer os animais que foram abruptamente retirados de seus habitats (na maioria das vezes, seus ascendentes foram mortos) e obrigados a viverem em precárias condições, sendo vítimas da crueldade, exploração, abuso e tráfico;4 - providenciar lares permanentes, livre de stress, com assistência segura e humanitária para os animais;5 - educar o público do compromisso para com os animais de todas as espécies, dando assistência na preservação de todo nosso meio ambiente.6 - a promoção do bem estar entre os seres vivos e a conscientização e respeito sob todos os aspectos do meio ambiente;7 - a contribuição com todas as formas possíveis e viáveis, para a solução dos problemas apresentados frente ao desenvolvimento urbano. 8 - oferecimento de amparo aos órgãos ambientais; 9 - devolução de animais ao seu habitat natural quando houver esta possibilidade.

Texto retirado do site http://www.ranchodosgnomos.org.br/savana/rancho.php?pagina=objetivoshttp://www.ranchodosgnomos.org.br/savana/rancho.php?pagina=objetivos